Hoje eu acordei com um pontapé bem no meio da cara - ôôôôô maneira desastrada de acordar!
Não, não, não!
Não foi batalha, não!
Foi meu caçula, de dois anos e 2 meses, o Guga. Que para não variar, veio para a nossa cama no final da noite e assentou no seu lugar preferido: atravessado, sobre nossas cabeças. Como ele costuma se mexer muito durante o sono… bem, foi daí que veio o mal-afortunado pontapé!
Isso me arrastou a algumas considerações logo pela manhã…
Sabem aquele momento, entre o “acabar-de-acordar” e o “criar-coragem-pra-sair-da-cama”? Perguntei para mim mesma: “Eu mesma, por que carga d’água este traquina veio parar aqui? Será que foi o frio? Afinal ele mexe-se MUITO enquanto dorme (nesse momento levei a mão a cara, massajando-a…) Será que foi um pesadelo? Será que se sente molhado?” Foi quando comecei a pensar nos anúncios de fraldas, onde mostram aqueles bebes sorridentes, sempre bem dispostos e dormindo como anjinhos!!! Mas …
Ah! Ah! Esqueceram-se do show de contorcionismo. Não, extremosa mãe, prudente pai, aquelas crianças comportadas e sorridentes que aparecem nos anúncios não podem ser reais (robôs, talvez? bonecas animadas!), pois a probabilidade de que fiquem sossegadinhos na troca de fraldas é inversamente proporcional à pressa ou sono que nós tivermos no momento. Não adianta ter acabado de acordar, ou de tomar banho, ou até mesmo de dormir. ELES. NÃO. SOSSEGAM! Topam a fralda, e eles logo se viram ao contrário. Seguramos um lado, afasta outro. Põe um pé, o outro sai. E a coluna vai pró espaço.
E o choro? Pois é, constantemente eles choram. E isso os anúncios também não mostram. Os irmãos que acabaram de adormecer começam a se mexer na cama, e o caçula, lá, chorando. Nós já trocamos a fralda, trocamos a pijama, Fez “SHHHH!”, embalamos, mimamos, e ele continua a chorar. Nessas horas, não adianta: a única coisa que resolve é a “chupeta” com o qual o Guga adora dormir agarradinho. Ou seja, a mãe (EU!).
Por fim, permanece por solucionar o último problema - que, inclusive, deu azo a este texto: que raio de teletransportador hiperdimensional já vem encaixado nos caçulas?
Quando, finalmente, superados todos os obstáculos, nós o colocamos na cama – e ainda a prender a respiração no instante em que ele dá uma volta e um chorito, aconchegando-se – e nós voltamos, guerreiro, cansadas, perto do limite da exaustação, para a nossa cama, aconchegando-nos nos braços do marido (que permaneceu a dormir impávido e sereno!) começamos a dormitar, sentimo-nos envolvidas numa deliciosa onda de cansaço… eis que do nada sentimos um choro estranho (parece sonho…) não é real, volta para a nossa cama e ainda dormindo, dá-nos um respeitável pontapé na cara!!
Bem mas desta vez o Guga tinha razão para ter pesadelos, depois de ter caído tantas vezes no dia anterior, e ter ficado cheio de medalhas…
Pois é, amigas. Os publicitários não colocam nada disto nos anúncios de fralda…
sinto-me: Lesionada...