(imagem retirada da net)
Não gosto que digam a uma criança para parar de chorar.
“Não chores...” Irrita-me, porque estamos a pedir-lhe para calcar sentimentos, para guardar para ela aquilo que tão bem está a manifestar. É por isso que, no meio das birras, das fúrias ou das tristezas dos meus filhos, os encosto a mim e lhes digo “chora tudo o que quiseres”. E eles choram (e eu também! L).
(Em paralelo, há os dias em que me passo dos carretos, em que grito, em que lhes digo para se acalmarem, em que esqueço tudo isto que acabei de dizer...)
Ontem aconteceu precisamente isto. Depois do Guga ser contrariado em relação a algo que queria fazer, ele deitou-se no meu colo e, enquanto eu lhe acariciava o cabelo, ele soltou lágrimas grossas com soluços profundos. E naquele momento atingi algo... É que a idade nos rouba a espontaneidade dos sentimentos. Quantas de nós, em momentos de crise, somos capazes de chorar compulsivamente sem esconder as lágrimas ou os soluços de tristeza?
Gosto que eles, os meus filhos, mostrem o que lhes vai na alma. Gosto e acho fundamental que saibam que as emoções não se devem esconder, com o que é presumido ser socialmente correcto (um homem não chora, uma criança não deve chorar em certas circunstâncias ou se chora fá-lo contidamente). Mesmo que por dentro eu só esteja a desejar loucamente que a birra acalme, que os gritos se calem, que as lágrimas sequem...
E já agora, o que me aborrece mesmo é que digam a uma criança para parar de chorar, digo, esta é uma qualidade que a idade não me tirou.!
E fico tão melhor depois de chorar….