Uma das coisas que eu espero que os meus filhos herdem dos pais ...
É a habilidade de acharmos que todos os problemas são apenas desafios para algo melhor. Até nos podem magoar, mas acreditamos sempre que se vai resolver e que é apenas uma transição para um aperfeiçoamento.(Tirando o estado do nosso país,eh,eh,eh)
(angustia-me as pessoas que encaram as dificuldades sempre de forma trágica)
E assim sendo, numa das minhas leituras, descortinei este poema de Joaquim Pessoa, datado de 1977 e vejam como é actual!
"Vi trigo, vi fome
Vi ferros, vi feras
Vi ruas, vi nomes
Vi grades, vi esperas
Vi armas, vi muros
Vi lutas, vi mortes
Vi surdos, vi mudos
Vi fracos, vi fortes
Vi mares, vi terras
Vi negros, vi servos
Vi fardas, vi guerras
Vi balas, vi nervos
Vi corpos, vi cardos
Vi fama, vi glória
Vi punhos, vi cravos
Vitória, vitória
Vi Abril, vi povo
Vi rosto, vi espanto
Vi nosso, vi novo
Vi pouco, vi tanto
Tão cedo, tão cedro
Tão certo, tão perto
Tão raiva, tão medo
Tão mar, tão deserto
Tão lua, tão leve
Tão pobre, tão pouco
Tão fúria, tão febre
Tão longe, tão louco
Tão alto, tão erva
Tão raso, tão resto
Conversa, conserva
Tão lento, tão lesto
Tão urze, tão hoje
Tão zero, tão tojo
Tão fica, tão foge
Tão ontem, tão nojo
Tão mata, tão morra
Tão égua, tão água
Tão pinho, tão porra
Tão merda, tão mágoa."
Joaquim Pessoa, “Amor Combate” (1977)
sinto-me:
Precisar de cafeína
